sábado, 30 de abril de 2011

A Força dos Seus Tambores

                          O som que ecoou dos seus tambores
                          Me contagiou, me seduziu
                          Me levou de arrastão
                          Sacudiu meu coração, me conquistou
                          Me fez subir a ladeira seguindo a canção
                          Como quem come com fome um pedaço de pão
                          Quando o samba me chama não é brincadeira
                          É lenha que arde no fogo da paixão


                          Mãe África, sei que ainda não cicatrizou
                          A ferida aberta no seu chão...
                          Apesar de tanta dor
                          Na essência nos legou
                          A alegria de viver


                          O samba corre solto em minhas veias
                          Sou bamba, alma negra de raiz
                          Sou povo, sou Brasil, eu sou feliz


                                           Autor: Carlos Almeida

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Um Paraíso

Olha esse mar...
O azul desse mar...
A clareza das águas...
A leveza das ondas...
A paz do lugar...um paraíso!
Sem barulho. Nem poluição
Sem fila de banco. Nem multidão
Sem carro buzinando. Nem sujeira no chão
Sem sinal se fechando. Nem - pega ladrão!
Sem rádio tocando. Nem BBB na televisão


Sem gente esmolando. Nem  criança chorando
Sem ônibus lotado. Nem camelô se virando
Sem cachorro latindo. Nem gato miando
Sem os rombos do SUS. Nem doente esperando
Sem chuva caindo. Nem barraco rolando
Sem salário espremido. Nem esperto mamando
Sem político mentindo, Nem padre rezando
Sem a noite caindo. Nem o dia nevando
Sem o desafio da vida. Nem a morte rondando.









quinta-feira, 28 de abril de 2011

A Tela

                          Quando a vi debruçada na janela...
                          A beleza mais linda da favela
                          A tarde caía mansinha
                          Nos últimos raios de sol
                          Uma aquarela no fundo...o mar do Leblon
                          O Tom, simplesmente, diria
                          O Rio não é só poesia
                          A tela que se vê de cima do morro é bela


                          O morro emoldura a cidade
                          Colorida pelo Artista
                          Enquadra com simplicidade
                          Uma imagem realista
                          O morro é cidade de dia
                          À noite é fundo de quintal
                          Costuram-se fantasias de carnaval 


                                            Autor: Carlos Almeida

terça-feira, 26 de abril de 2011

Contra o Vento


O vento sopra...traz você

A noite é curta
O sol nasce
Crescem as flores
Surge tudo tão rápido
E arrasta as horas
Os dias voam como se fugissem de nós
Seus olhos brilham
Meus olhos brilham
Você sorri
Eu amo
Você ama
Nós sorrimos de nós
Há muito amor
Nós brigamos
Tudo passa
Fica o amor
O vento volta...leva você
Chove
Escurece o dia
Há noites em claro
Pensamentos distantes
Tudo para
O relógio para
A vida para
O passado é presente
A saudade é você

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Apagão em Dose Cavalar

Escrever para mim é um passatempo prazeroso. Entretanto, nos dias em que estou meio down, não consigo escrever nada. Ontem foi um desses dias. Fiquei várias horas em frente à tela do computador, tentando encontrar uma simples ideia para registrar, mas ela insistia em não dar o ar da graça. A  palavra, também, resolveu me boicotar. Fugiu e se  embrenhou no labirinto dos meus miolos, deixando claro que não estava  a fim de conversa.  Resultado: Lá estávamos os três, empacados.

Eu culpava a palavra que não se manifestava para eu escrever. A palavra culpava a ideia... dizia que sem ela, não poderia se expressar. E a ideia me culpava, alegando  o meu baixo astral... e agora, José? Cheguei a pensar em copiar um belo texto de Veríssimo, mas... pensei: Será que isso não vai piorar a situação? Eu posso, além de me sentir incompetente, me envergonhar pela apropriação da palavra alheia.

Outra saída que me veio à mente, foi ligar a televisão, na esperança de que algum programa pudesse desencadear uma brilhante ideia. Ledo engano...foi pior. A programação era tão ruim, sem conteúdo, que me deixou ainda mais pra baixo.

O bloqueio mental já era um paredão de cimento armado. A ideia não dava as caras; a palavra cada vez mais se perdia no emaranhado de neurônios; e o tempo não perdoava.

Só me restou uma solução drástica: Abrir uma garrafa de uísque escocês e beber algumas doses. Com isso, pensei...o meu astral subirá, a ideia surgirá como um raio de sol na linha do horizonte e a palavra
 pulará feito pipoca.

O tiro saiu pela culatra. Depois de várias doses, eu não me lembrava do que estava fazendo; a ideia...totalmente apagada e a palavra...uma engolindo a outra.





sábado, 23 de abril de 2011

Meus cães... meus filhos...

Numa bela manhã de domingo de céu claro, de agradável clima de outono,  eu e mais duas moradoras do prédio aguardávamos no térreo a chegada do elevador que, naquele momento,  estava no 15º andar. Enquanto o elevador descia lentamente, iniciou-se, entre as duas vizinhas, uma conversa...diziam elas:


-O dia amanheceu lindo! Você vai levar a sua menina para passear?
-Eu gostaria de levá-la, sim! Domingo é o único dia da semana que  me       sobra mais tempo pra ela.
-Eu também quero levar o meu menino: será a primeira vez que ele irá   naquela pracinha.
-Então, se prepara! Eles gastam muita energia... a deles e a nossa.
-Você costuma levar alguma coisa pra ela?
-Sempre levo água, biscoitinhos, uma ou outra  fruta... como te falei: eles consomem bastante energia...ah! levo também, uns brinquedinhos e um saco plástico - de supermercado.
-Pra que o saco plástico?
-Pra não deixar a pracinha suja. Já pensou se a gente não limpar a sujeira que eles fazem?
-Você tem razão:  eu me preocupo muito com a saúde do meu menino.
-Sua preocupação é natural,  as pracinhas não são como nossos playgrounds, onde todos os amiguinhos se conhecem e a gente sabe das suas procedências. Em ambiente público, sabe como é: a mistura é inevitável. 


-Você que leva sua menininha há mais tempo na pracinha, o que me diz? ela gosta?
-Ah! ela adora...volta pra casa toda suja e muito cansada; daí é só dar um banhinho e ela dorme feito um anjinho.
-Não vejo a hora de ver o meu Romerito correndo naquele gramado, brincando com os amiguinhos... o coitadinho passa muito tempo dentro do apartamento, sem espaço pra nada.
A Amelie, também!  é só falar em passear que ela arregala os olhinhos e vai em direção à porta...a danadinha já entende a palavra passear.   
-Você acha que Romerito vai conseguir se enturmar com os novos amiguinhos? Ele quase não sai de casa. Seu convívio é mais com a gente.
-No início ele vai se ressentir um pouco, mas, gradativamente, se soltará.


-Será que ele vai sofrer o bullying
-Ahn...como assim?
-...É claro que estou brincando. Mas hoje, nos meios sociais - não só o escolar - o que se vê, com certa frequência,  é esse tipo de atitude, de alguns engraçadinhos que se escondem atrás das suas inseguranças, seus traumas, para exercitarem, sobre seus pares, agressões físicas e psicológicas.
-É... você está certa! Essa prática está deixando nós, os pais, muito preocupados. Não vê, agora, o que aconteceu naquela escola do Rio?


-Bem... o elevador está chegando...  a gente se encontra lá. 
-Ok!...ah, a propósito você não tem em casa uma coleira sobrando que   me possa emprestar? O petshop, hoje, não abre e a coleira dela arrebentou no passeio da semana passada, e eu esqueci de comprar outra. 
-Claro que tenho. Vou mandar meu filho levar em seu apartamento.
-Obrigada.

Depois de presenciar a tal conversa, fiquei pensando com os meus botões....Como os tempos mudaram. Antigamente levavam-se os filhos para passear nas pracinhas. Hoje levam-se os cães que mais parecem filhos... se não os próprios filhos. 
  



quarta-feira, 20 de abril de 2011

Minas

                          Da sua janela não se vê o cais
                          Mas os seus meninos 
                          Pelos campos e Quintais
                         Tecendo seus destinos
                         com os pés no chão
                         Seguindo o som dos sinos
                         Que os levam à matriz


                         Minas...Suas pedras preciosas
                         São seus filhos, sua voz...
                         Suas artes, sem fronteiras
                         Falam línguas estrangeiras
                         Vão além das suas mãos...
                         E, no silêncio dos seus passos
                         Segue firme em procissão. 


                                          Autor: Carlos Almeida

Teus Olhos

 

                            Teus olhos me dizem
                            Que você está amando
                            Que é feliz
                            Que vive momentos de puro prazer
                            Você está mais bonita
                            O amor tomou conta do teu coração...


                            Teus olhos me dizem 
                            Que andas de bem com a vida
                            Sol da manhã...
                            Doce balanço a caminho do mar...
                            Só quem viveu uma paixão
                            Poder entender teu olhar
                            E toda beleza que vem de você


                            O amor quando dispara em nossa direção
                            Entra como flecha em nosso coração
                            Quando não machuca, vem a sensação...
                            A vida é muito linda e cheia de emoção.


                                               Autor: Carlos Almeida


Amor de Marinheiro

                                    Sou o espaço que te cedo
                                    Não há pressa nos meus passos
                                    Me resguardo, ainda é cedo
                                    Nosso caso não descarto
                                    Eu me calo, mas... atento
                                    Eu não falo dos meus planos
                                    Não me faço leviano
                                    Levo o tempo nos meus braços
                                    Eu podia ser o vento
                                    Navegar entre os veleiros
                                    Ancorar em cada porto
                                    Feito amor de marinheiro 


                                                            Autor: Carlos Almeida 

terça-feira, 19 de abril de 2011

Nunca Fui a Paris


                                   Nunca fui a Paris
                                   Viajei, quando li Hemingway
                                   Pelas suas histórias e ruas
                                   Seus cafés, nas calçadas
                                   Primavera no ar, céu azul
                                   E o sol a secar as antigas fachadas
                                   A quebrar, com seus raios de luz
                                   O jejum das manhãs

                                   Naveguei, pelas águas do Sena
                                   Na imagem serena do cais
                                   Pelas obras dos mestres e Deus, nos vitrais
                                   Desejei ter você ao meu lado
                                   E sentir teu calor, ao beber do teu vinho
                                   Te servir com prazer, sem pecado
                                   Esse clima de amor.

                                                          Autor: Carlos Almeida

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Vida


Vida minha...
Vida que me deu vida
E me dará vidas
Que serão nossas vidas
Sua vinda me traz vida
Vida que amo
Porque amo você
Vida que preciso...
Essa vida é você
Vida que perco
Quando a vejo partir 
Vida fingida
Vida sem vida
Vida sem cor
Quando estou só
Espero a vida
Espero da vida 
Espero você
Você espera por mim
Espera de mim
Como se espera
A semente nascer
Esperar cansa
Mas quem espera alcança
Quando há esperança
De um dia alcançar

Velhice

A velhice não está nas rugas do rosto, mas no bloqueio da mente.

Inversamente Proporcional

O mundo seria maior, se fosse menor o desamor

domingo, 17 de abril de 2011

Entre Aspas

Viver é não sentir falta da vida
É amar o simples e fazer do momento, o mais importante de todos
É chegar na velhice com o espírito de criança
É ver a morte como um novo sol que nasce.

Passado Presente

Pela estrada, sem sol, caminho
Sigo marcas que iluminam meu passos
Viajo além de mim, sigo você
Penso em você e chove
Chove em meu rosto e me arrasta
Transborda em meus olhos e não vejo
Olho a estrada, e se apaga
Piso em vão e acordo.

Siga em Frente

Olhe em mim, eu sou assim, meu coração você vê?
Creia, não sou de areia. Penso, sonho, viajo, vago por aí.
Deixo marcas, não me escondo. Amo não minto. Sinto o que sou, quem eu sou e quem serei. 
Seja você: não vá além de ti, tão longe que não saiba voltar. Indo, siga em frente. O caminho de volta nunca é o mesmo.
Você crê? Então ame, mesmo que seja você. Não pinte quadros de ilusão. Não se esqueça: construa sem destruir. Segure firme e dê valor às mãos, elas sabem o que querem.
Não troque uma flor por um botão.  Mas se fizer não o despreze, ajude-o a florescer. Procure não pisar em vão. Caminhe para frente. Não se esqueça o que já passou. Lembre-se que depois de uma curva, nunca se sabe o que vem.
Obedeça os sinais de perigo, porque eles nos alertam, nos protegem e nos levam ao destino de cada estrada.  

Eu Não Queria Falar de Você

                          Folhas pelo chão/um dia frio
                         Cai a manhã/sem cor/ sem brilho
                         O  sol não brotou do mar/ de costume
                         Seu perfume/inda ronda/pelo ar
                         No espelho/seu recado/meu baton
                         No cinzeiro/seu cigarro/seu prazer
                         No meu jarro/a flor lilás/quero esquecer


                         Eu não queria falar de você
                         Eu não queria pensar em você
                         Eu não queria lembrar...


                         Folhas pelo chão/jardim vazio
                         Fim de um verão/de um amor/ de um cio
                         O céu desabou na luz da vidraça
                         Dos castelos/ dos meus sonhos/ do vitrô
                         Tudo é frágil/ quando é frágil o nosso amor
                         São eternos/os momentos de prazer
                         Mas desertos/pra quem tem que esquecer


                         Eu não queria falar de você
                         Eu não queria pensar em você
                         Eu não queria lembrar...


                                         Autor: Carlos Almeida

Coração de Vidro

                          Sons que cristalizam-se nos cálices
                          Vêm, quebram da noite o silêncio
                          E revelam, na meiguice dos olhares, os amantes
                          Quem bebe dos vinhos que o amor lhe traz
                          Tem, no céu da boca, o sabor que a vida aflora
                          A toda hora, para sempre, o infinito
                         
                          Sem o sentimento do prazer de amar
                          Nem o mais feliz dos caminhantes viverá tão radiante
                          Como quem sente o amor
                          Sublime amor, de amor pra dar
                          Quem é que pode resistir a sensação do amor
                          A sensação de amar
                          Que toma o corpo inteiro 
                          E traz à vida um prazer tão sensual
                          Que nem um vendaval removerá o gosto
                          De quem já provou do doce fruto
                          Que vem de lá do fundo desse pote
                          Que se chama coração
                          Coração de vidro.

                                           Autor: Carlos Almeida

terça-feira, 12 de abril de 2011

A Consulta


- Meu bem, você já marcou sua consulta com o médico?
- Ainda não.
- Por que não?
- Não tive tempo.
- Mas você está a uns três meses dizendo que sente dores do lado direito, por que não vai ver logo isso!?
- Esta semana não dá. É final de mês e a empresa tem que fechar o balancete. Como é que eu vou largar o meu setor nas mãos dos meus funcionários?
- Tudo bem, mas não deixe de marcar para a próxima semana.

No início da semana seguinte, a esposa, preocupada,   perguntou novamente: - Osvaldo, você marcou a consulta pra esta semana?
Osvaldo respondeu: - Amor, eu bem que tentei,  mas o único dia da semana mais tranquilo na empresa,  é quarta-feira, mas... acontece que nessa quarta...  ela não lhe deu nem tempo de terminar o que ia dizer.  Antes que ele desse uma desculpa esfarrapada qualquer, esbravejou, já perdendo a paciência: - e daí?  então marca essa consulta logo!

Ele, sentindo a pressão da mulher, botou  a bola no chão e justificou:  - mas amorzinho, quarta-feira é dia de Fla-Flu... pra quem já esperou três meses, uma semana a mais não vai fazer diferença. Eu  prometo que na quarta-feira que vem,  irei marcar a consulta.
- Marcar a consulta, não senhor! você vai ser consultado. Agora sou eu quem vai marcar.

Na quarta-feira da semana seguinte, a mulher de Osvaldo ligou pra ele, por volta do meio dia , e deu-lhe a seguinte instrução: Põe  tudo na gaveta, e vem embora. Sua consulta está marcada para às 5 horas da tarde.
- Mas, meu bem, eu...
- Não se preocupe, eu já conversei com seu chefe. Tá tudo certo.

Osvaldo não teve mais argumento e, às cinco, lá estava ele sentado na sala de espera, folheando uma revista Caras.
Depois de uns 40 minutos de atraso, chegou sua vez de ser atendido. O doutor o recebeu e começou a lhe fazer perguntas para o preenchimento da ficha:
- Nome: - Osvaldo Ribeiro.
- Idade: - 50 anos.
- Altura: 1,75 cm.
- Peso: - mais ou menos uns  87 quilos.

- Muito bem, seu Osvaldo, o que o traz aqui?
- doutor, eu venho sentindo umas dores, aqui, do lado direito, logo abaixo das costelas.
- há quanto tempo?
- há mais ou menos uns três meses.
- Você bebe?
- Bem, doutor, com esse calor carioca, não há quem resista uma cervejinha bem gelada.
- fuma?
-...sim
- Há quanto tempo?
- Ah, desde adolescente
- com que frequência?
-  uma carteira por dia.

- Antes de qualquer procedimento, seu Osvaldo,  vou lhe pedir uma Tomografia Computadorizada. Aproveita que já está aqui, vá ao quinto andar e faça o exame.  Vou deixar sua próxima consulta marcada para quarta-feira que vem, neste mesmo horário. Você já me traz o resultado do exame, eles entregam com cinco dias úteis.

Na quarta seguinte, meia hora antes, Osvaldo já se encontrava na sala de espera, com o resultado na mão, aguardando sua vez.
A secretária manda-o entrar. O médico o recebe e pede pelo exame. Olha primeiro as radiografias, depois o laudo do exame. torna a olhar... passa a mão no queixo...aquele silêncio infindável...

Bem, seu Osvaldo, o resultado não é muito bom. O Sr. deixou passar um tempo razoável para se consultar. O  exame mostrou um nódulo de 5 cm de diâmetro, no seu fígado. Mas não se deixe abalar por isso.. Esses tumores nem sempre são malignos.
Vou encaminhá-lo a um bom oncologista.

...Nesse momento, Osvaldo pensou na morte como um fato.

    

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Conselhos de um Velho Apaixonado

Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu  coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida.

Se os olhares se cruzarem e, neste momento, houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu.
Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d'água neste  momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.

Se o 1º e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar  juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Algo do céu te mandou um presente divino : O AMOR.
Se um  dia tiverem que pedir perdão um ao outro por algum motivo e, em troca,  receber um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos e os gestos valerem  mais que mil palavras, entregue-se: vocês foram feitos um pro outro.

Se por algum motivo você estiver triste, se a vida te deu uma rasteira e a outra pessoa sofrer o seu sofrimento,  chorar as suas lágrimas e enxugá-las com ternura, que coisa maravilhosa: você poderá contar com ela em qualquer momento de sua vida.
Se você conseguir, em pensamento, sentir o cheiro da pessoa como se ela estivesse ali do seu lado...

Se você achar a pessoa maravilhosamente linda, mesmo ela estando de pijamas velhos, chinelos de dedo e cabelos emaranhados...
Se  você não consegue trabalhar direito o dia todo, ansioso pelo encontro que está marcado para a noite...

Se você não consegue imaginar, de maneira nenhuma, um futuro sem a pessoa ao seu lado... Se você tiver a certeza que vai ver a outra envelhecendo e, mesmo  assim, tiver a convicção que vai continuar sendo louco por ela...

Se você preferir fechar os olhos, antes de ver a outra partindo: é o amor que chegou na sua  ida.
Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes na vida, mas poucas amam ou encontram um amor verdadeiro.

Às vezes encontram e, por não prestarem atenção nesses sinais, deixam o amor passar, sem  deixá-lo acontecer verdadeiramente. É o livre-arbítrio.
Por isso, preste atenção nos sinais.
Não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: o AMOR !!!
Ame muito.....muitíssimo...



Do Mestre: Carlos Drummond de Andrade

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Atirando flores

Trágico momento no subúrbio carioca. 
Que força é essa, incontrolável, que transtorna o indivíduo, a ponto de fazê-lo  cometer  atos insanos dessa magnitude?  De abalar alicerces de tantas famílias? Na verdade, não foram doze vítimas, mas doze multiplicados pelos seus  familiares. Nessa hora todos são vítimas.
Pergunto: é possível avaliar, e, até, mapear, nas escolas,   através da psicologia comportamental, a personalidade de cada aluno, e, com isso, antecipar atitudes, que possam desencadear descontrole emocional  dessa natureza? Se é possível, por que não desenvolver planos de ação, ainda que seja a médio e longo prazo,  para minimizar atos de violência como o ocorrido?   A população cresce. O governo incentiva o ingresso de mais crianças nas escolas, mas esquece  que o progresso é um rolo compressor. A  soma do acelerado crescimento populacional urbano, mais a desigualdade social, mais a  necessidade de possuir bens materiais, gerada pelo capitalismo, são fatores, muitas vezes,  responsáveis por Transtorno de Personalidade, em crianças que sofrem com a vida que levam,  tornando-se psicopatas em potencial.


Seria maravilhoso acordar  pela manhã, com o seguinte notíciário: ex-aluno, retorna ao seu  estabelecimento de ensino, feliz da vida, por sentir-se um cidadão respeitado, graças ao conhecimento adquirido, naquela escola,  e, agradecido, atira flores sobre  professores e alunos que estão, ali, repassando e adquirindo conhecimentos, para tornarem-se os cidadãos de amanhã.